A cebola do arroz começa a ficar molinha enquanto é envolvida pelo óleo quente, os grãos de arroz começam a cair e convidam a cebola e o óleo para uma dança, bem rebolada. Chierou? Toma água fervendo. Agora é com a boca do fogo. Na panela ao lado, a cebola do picadinho descansava sobre a manteiga e coberta com farinha de trigo. Acendo o fogo e a cebola fica cheirosa e transparente. A filha grita lá do quarto: "que cheiro bom!". Manteiga + cebola é, de fato, para derreter corações, até os mais sisudos. O filé mignon picado em quadradinhos de 1cm2 armava a parceria com os cogumelos fatiados, a pimenta do reino, o sal e a farinha de trigo, numa vasilha ao lado do fogão. Mas a cebola chamou e a carne não resistiu. Se projetou na caçarola. Química pura. Enquanto o calor transforma a cor e a textura dos ingredientes, a colher de pau vai revirando o que virá a ser o picadinho. Quem já fritou sobe. Quem está cru, desce. O caldo começa a engrossar e, quando ferve, abre espaço para um bom punhado de cheiro verde. Corrijo o sal e a pimenta (a criançada vai almoçar com a gente, então nada de deixar picante demais). No limite.
Agora é a farofa. A filha pediu que não fosse daquela comprada pronta. Pediu que eu fizesse. Aceito o desafio. Cebola em rodelas e essas, fritando na manteiga, precisam quase queimar. Nesse ponto, farinha bijoux nelas. E mexe. Não pode queimar de jeito nenhum. Sal. E mexe. Tá pronta a farofa. É a justa medida para colocar duas colheres de sopa de aceto balsâmico no picadinho. Perfeito. Nem uma gota a mais. Toca Orquestra Imperial no Grooveshark. Tampo o picadinho e só vou mexer de novo na hora de servir, quando ele recebe mais uma mãozada de cheiro verde recém-picado.
A mãe, que veio almoçar com a gente, pediu ovo frito com o picadinho. Ou pastel. Eu fiz os dois. Todos os ovos sobre a manteiga derretida numa frigideira bem grande. Fogo muito baixo, panela tampada. A gema tem de endurecer. E o pastel só não pode queimar. Pronto. Tudo pronto. Temos Picadinho na Ponta da faca. Vai começar o rega-bofe.
Tomo a liberdade de interromper a narrativa porque a música já acabou no note e todas as comidas foram para a mesa. A prova está aqui....
Não quero comentar...
ameiiii :)
ResponderExcluire fiquei com fome rs!
Marilinha... sobrou de ontem! Guardo para ti?
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