domingo, 16 de outubro de 2011

TORTA DE MAÇÃ

Começou ontem. Na verdade, na semana passada, quando recebi o boletim do Senhor Prendado. Mas foi ontem que a vontade de fazer uma torta de maça ficou incontrolável. Como eu nunca tinha feito uma integralmente, postei no Facebook o desejo de encontrar alguma receita de massa tão incrível quanto simples. Foi postar e começar a receber sugestões: Lúcio Freitas (Optei poor deixar com casca), Rino Marconi (optei por não usar outra camada de recheio) e Pamella Gachido, (fora os "curtir").

Li todas, passeei nos meus sites gastronômicos favoritos e comecei o processo de Elisificação das receitas. Em outras palavras, traduzir, ressignificar e dar a minha cara para as receitas. Ao fim de tudo, ficou assim:

INGREDIENTES

MASSA
. 1 1/2 xícara de farinha de trigo 
. 1/4 de xícara de açúcar (usei mascavo, mas pode ser o branco) 
. 1/3 de xícara de manteiga gelada cortada em pedacinhos 
. 3 colheres (sopa) de água

MODO DE PREPARO
Coloque a farinha, o açúcar numa vasilha e a manteiga (melhor que esteja meio gelada) e misture. Vai virar uma farofa úmida. Acrescente a água e vá mexendo. Fica uma massa pastosa que não gruda muito na mão. Espalhe a massa na assadeira (Usei uma de 25cm de diâmetro).


RECHEIO
. 2 maçãs cortadas em fatias de meia-lua, com casca.
. 3 colheres de sobremesa de açúcar
. 1/2 limão
. 1 colher de sobremesa de manteiga
. calela para polvilhar

MODO DE PREPARO
Disponha as maçãs sobre a massa. Esprema o limão e polvilhe o açúcar e a canela. Sobre tudo coloque pedacinhos de manteiga em vários pontos. Leve ao forno. Aqui em casa demorou 35 min em fogo médio-alto.

Veja lá:


A massa recebe a maçã. Operação precisa ser rápida
para a fruta não escurecer



Todos os ingredientes (menos a manteiga) arrumadinhos


A torta assando, ainda branquinha


Pronta e parcialmente devorada


Hmmmmmmmmmmmmmm

A filha, que não é a rainha dos doces frutados, A-MOU! Comeu dois pedações.
Destaque para a massa, que não é nada sem graça e parece um biscoito gostoso; e para o recheio, que ganha um creme delicioso entre a maçã e a massa, resultado do casamento entre o sumo da maçã, o açúcar e manteiga. Por fim, o namoro entre o doce e o azedo é na justa medida e digno de oração...






terça-feira, 11 de outubro de 2011

É QUE AMANHÃ EU VOU À FEIRA

Vai estar uma manhã de sol. Amena. Não cabe chuva na minha ansiedade. Precisa estar sol para que o calor abrace as frutas e volte para mim carregando o cheiro doce/azedo das frutas da estação. Imagino abacaxis, mangas e pêssegos, embora não seja oficialmente época. É que amanhã é feriado e vou à feira! Feira é uma instituição paulistana de grande respeito. É uma festa para os sentidos, uma glória para os alquimistas gastronômicos como eu. Já sei que amanhã tem carambola, peixe, pepino, beterraba, tomate cereja. Mas feira é sempre surpresa. Quando se dá sorte, uma receita - ainda na dimensão volátil dos desejos por sabores e texturas - se apresenta, começa a ganhar corpo...

Amanhã eu conto o que deu...

sábado, 8 de outubro de 2011

DONA PINA - e a arte de adoçar a carne e a vida

Este mês fiz compras pela internet, no Sonda. Estava com preguiça de encarar aqueles corredores, carregar peso, etc e tal. Gosto do serviço, dos produtos, do esquema todo, enfim, sou cliente. A parte que não gosto é a das carnes. Acha cara e, pior, pouco variadas. Aí seguindo a dica da minha sócia Andrea, fui ao açougue mais bacaninha da região e comprei as carnes que usaremos nos próximos dias.

São Paulo tem açougues incríveis e, principalmente, açougueiros muito bons, que tratam a carne com o maior carinho do mundo, não têm preguiça de fazer mil pacotinhos e ainda fazem uma embalagem à vácuo, com etiqueta e tudo. Uma belezinha! Mas, a bem da verdade, não foi nada disso que me fez gostar dessa ida às compras.

Enquanto eu esperava para pagar os cortes (e o açougueiro fazia as embalagens), entrou na minha frente uma senhora de uns 75 anos. E já chegou causando. Esbarrou na caixa que comportava os pacotes de farofa pronta e derrubou tudo lá para dentro do balcão. O atendente que cuidava das minha carnes agiu rápido, pegou as farofas no ar e, dando risada, mandou essa: "Dona Pina, a senhora chegou fazendo carnaval com as farofas?". Ela caiu na risada. E eu também. "Eu nem vi", respondeu ela, enquanto o açougueiro colocava tudinho no lugar e contava para ela o que tinha havido. Mas tudo no maior bom humor.

Aí ela pediu uma peça de carne "redondinha e de boa qualidade", o jovem que a atendia disse que tudo ali no açougue era de boa qualidade, a única coisa que não prestava era ele mesmo. Eu ri e Dona Pina perguntou o que ele tinha dito. Quando eu repeti, ela riu de novo. Velhinha bem humorada essa! Conversamos um pouquinho sobre como o açougue estava cheio, sobre a possibilidade de ser assim por estar perto do 5o dia útil, salários na conta. Demos algumas outras risadas.

Contei para ela, nesse momento, que tenho uma tia avó também chamada Pina (a gente vive num mundo tão besta que cheguei a achar que ela podia se ofender, imaginando que eu a estava chamando de velha por compará-la à minha tia avó, mas oras, ela é velha mesmo, qual o problema??). E Dona Pina, a do açougue, me contou que seu nome, em verdade, é Giuseppina, em homenagem à sua madrinha, também Giuseppina e filha de uma Giuseppa. "Mas minha madrinha era chamada de Bepa e eu fiquei Pina, desde criancinha. É um nome diferente...". Eu disse que achava aristocrático, ela riu, claro. E ainda contei que as duas irmãs de Pina são Pia e Pierina, essa última, minha avó. E ela achou engraçado novamente, "Parece conjunto musical!", concluiu.

E aí nossas compras ficaram prontas, pagamos e fomos embora. Ela com um sorriso nos lábios e eu com um gosto doce na vida. São Paulo, essa cidade imensa, cabe numa conversa de fila de açougue. E uma parte da vida de Dona Pina e da minha, também.

HABEMUS JARDIM

Sempre quis ter um jardim em casa. Mas, morando em apartamento, esse é um sonho prejudicado. Por sorte, esse nossa casa aqui tem um hall de entrada super iluminado, com duas janelas que dão para o infinito, formando o que os especialistas chama de meia-sombra.

Por isso mesmo, já colocara umas plantinhas ali. Inclusive as três mais especiais que tenho (a que ganhei de casamento de uma madrinha, a que minha filha ganhou ao nascer e a que meu filho ganhou ao nascer... ou seja, plantas com 14, 9 e 5 anos de muito amor) e elas vão indo muito bem, obrigada. Mas o espaço tinha muito mais potencial. E hoje, depois de anos de ensaio, resolvi botar a mão na massa. Ou melhor, no bolso e na terra.

Baixei lá na Galvão Flores (Heitor Penteado, 699) e fiz a farra. Comprei mil plantinhas e mil acessórios. De volta para casa, fiz o almoço (aliás, um pernil em pedaços bem gostoso, receita depois...) e comecei a arquitetar o projeto. Mede treliça, alinha na parede, fura com furadeira, pendura o gradil, transporta as plantas, amarra os vasinhos e.... voilà! Temos um jardim suspenso!

Fato que ainda não está completo, mas é como tudo numa casa, em constante melhoria. Deve entrar um banco rústico ali, umas cestas, pedrinhas brancas no chão. Devagar vou produzindo. Querem ver?

Antes...

 Depois!

PS: Favor reparar no catavento.
E aí, gostaram?

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

A VIDA DÁ UM BOLO ESFARELADO....

A tarde estava meio preguiçosa, aí apareceu a ideia de fazermos um bolo de chocolate. Para facilitar, mistura Dona Benta (a melhor na minha humilde opinião gordola). Para divertir, assamos nas formas novas, de silicone. Mexe tudo e forno. Assou, cheirou, tiramos do forno.


Mas na hora de desenformar... uma lástima!

Bolo Muro de Berlim, todo desmoronado

O bolito quebrou todo... esse negócio de não untar a assadeira (porque é de silicone) deu nisso. Pior é que o danado estava gostoso. Aí pensei, com os pedaços que caírem podemos fazer um pavê. Boa ideia. Mas antes de começar a alquimia, lembrei dos fofíssimos pop-cakes, que fazem um sucesso danado nos aniversários dos Estados Unidos e estão desembarcando só agora por aqui, na carona dos cupcakes.

Cake-pop é pirulito de bolo, simples assim. Exatamente como a receita.

Farelo de bolo + leite condensado (ou doce de leite, ou manteiga, ou creme de leite, etc...) o quanto baste = cake-pop. Eu exagerei no leite condensado, aí ficou mais mole do que deveria para virar pirulito. Caso tivesse ficado mais sequinho, dava para espetar um palito de churrasco, ou de picolé, e virava pop mesmo.

Aqui em casa, virou brigadeiro, porque não ia se sustentar no palitinho. E brigadeiro é a preferência de 10 entre 10 formigões, como nós aqui....

Brigadeiros meio Saint-Patrick, com trevinhos da sorte

E não parece nadinha com aqueles bigadeirões-enganação de padaria de rodoviária não. Esse aqui é gourmet. A gente enrolou no granulado e nuns confeittos que já tinha aqui em casa e ficou assim, lindão e gostosão. Guardamos na geladeira para eles se manterem assim, redondinhos. E evidentemente que a bandeja já está muito mais vazia do que nessa foto. Mas, juro, é daquelas receitas delícia, incrível, facílima e fadada ao sucesso! Fica a Dica!