Nessas horas sinto uma necessidade imensa de avisar ao mundo que há uma semente de documentário, de história extraordinária da realidade, que precisa ser conhecida... Também sinto muita vontade de falar com meu irmão cineasta. Ele também foi infectado pelo virus do "olhar de fotógrafo"... Numa troca de mensagens engraçada, ele sugeriu que eu fotografasse, eu perguntei se não seria antiético, mas que estava morta de vontade de fazê-lo. Ele respondeu assim: "Vc gostaria que fosse com você? Mas tira". Quando a mensagem chegou, eu já tinha fotografado, claro. E já tinha mandado para um amigo jornalista, que me deu a maior bronca! "Pirou? Tirar foto de estranhos?". Mas já tinha sido.
São Amir Labaki não me perdoaria se esse momento
ficção na realidade não fosse registrado.
A irmã dormia o sono dos justos, dos quase-anjos, bem ao meu lado. E o traje azul estava perfumado, cheiroso como roupa que seca ao sol, sabe? E aí aconteceu a redenção... De tão profundo dormir, ela acabou se apoiando em mim. Não me importei. Mas num sacolejo do ônibus, ela acordou de sopetão, tomou um susto e percebeu que estava dormindo em cima de mim. Pediu desculpas. E eu mandei: Fique à vontade, não está incomodando. (Acho que estávamos quites a essa altura, certo?).
Logo depois desci do coletivo e, chegando aqui... mostrei a Madre Tereza para vocês. Toamara que ela não me excomungue... A gente não pode deixar uma manifestação de nossa senhora da inspiração passar em branco, não é mesmo?