segunda-feira, 8 de agosto de 2011

ADORÁVEL CIDADE

Os derrotados que me perdoem, mas há uma São Paulo comovente de tão humana, que caminha totalmente na direção contrária da pressa, da competição, do desprezo completo ao concidadão no carro ao lado, ou na faixa de pedestres logo ali na frente. No último domingo estive no Centro Cultural São Paulo. Fui assistir junto com a filha a peça Canção de amor em Rosa, um espetáculo infantil todo amarrado com as músicas de Noel Rosa, o Poeta da Vila. Mas não foi a peça que aquietou meu coração. Ela foi só a cereja do sunday.

Tudo começou antes, na chegada ao CCSP. Vários monitores de colete vermelho atenderam a gente calorosamente e, creiam!, sabiam dar as informações. O ingresso era baratinho, não tinha fila na bilheteria e os dois atendentes eram muito bem humorados. Enquanto a porta do teatro não abria, fui passear com a filha. Gibiteca, biblioteca, exposições e, mais importante, GENTE! Gente passeado, gente estudando, gente lendo, gente dançando (sim! sabe os b-boys? as meninas que dançam street, então!) e gente matando o tempo calmamente no domingo bem ensolarado e quente. Simples assim.

Um monte de velhinhos, um monte de crianças e muito espaço para circular. Lanchonete quase sem fila e um teatro muito confortável. De quebra, vimos o Nasi, ex-Ira, ensaiando com sua banda nova e emprestando os acordes para os dançarinos do piso de cima. Foi uma festa para os olhos, para os ouvidos e para aquele gosto amargo que às vezes a gente cultiva depois de respirar tantos dias seguidos o bafo da Marginal. Foi uma espécie de antídoto e de carregamento saudável das baterias. São Paulo, afinal, tem uma casca empoeirada, mas limpando um pouco, é possível encontrar um colo tépido e convidativo. Ainda bem.

Em tempo, a peça entra em cartaz no Sesc Ipiranga no dia 13/08 e vai até o feriado de 07 de Setembro. Recomendo!

Um comentário:

  1. Viva São Paulo!!!! Concordo contigo, e morro de saudades de Sampa, aqui de longe.
    Beijo.

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